quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Velocidade e reflexos


Eu vivo em Lisboa.

Sempre que posso escolho o transporte público mas, como é de esperar, também me desloco bastante de carro que conduzo há dezenas de anos - e aliás quase sem acidentes. O que quer dizer que sou uma observadora e participante activa nas questões do trânsito da nossa capital.

Li há momentos que os radares para verificar a velocidade da circulação em certos locais, que andam avariados há já algum tempo, vão voltar a funcionar. Cá por mim sempre pensei que não se devia era saber que eles não-estavam-activos, porque ver o radar é já dissuasor de grandes correrias... Mas sim, o excesso de velocidade é um perigo, e desconheço se a multa acompanha a velocidade, que é o que devia ser: ultrapassar ligeiramente o limite é bem diferente de passar a mais 10 ou 20 km como muitas vezes se vê.
Mas, para quem circula bastante por Lisboa uma das coisas que mais impressiona é a lentidão de reflexos. Bem sei que nem todos podemos ter reflexos de guarda-redes, mas por amor da santa, é desejar muito que ao acender o verde a fila comece a andar de imediato? Quantas vezes volta a cair o sinal vermelho e alguns carros ainda estão parados?! E, inversamente, eu quero acreditar que é por lentidão de reflexos que se passam tantos sinais vermelhos nos semáforos desta terra. Só pode ser.
Dentro das manobras perigosas da condução, o não respeitar um sinal vermelho é das mais graves. Devia ser uma coisa que só se verificasse muito, mas mesmo muito raramente. Como é possível que eu o veja todos os dias e até sucessivamente em vários semáforos da mesma rua?! A minha lógica diz-me que só podem ser condutores com péssimos reflexos: vêm o amarelo mas levam tanto tempo a reagir que passam no vermelho. :(
Não sei como impedir esta calamidade. Talvez que ao tirar a carta, para além daquele complicadíssimo teste de respostas múltiplas armadilhadas, se devesse fazer também uma avaliação à rapidez de reflexos para que quem os tivesse mais lentos tivesse bem consciência disso. Não é só o pé pesado no acelerador que é grave, a consciência do meio que nso rodeia também é extremamente importante.


Cereja

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Dia da Poupança

Parece que é esta sexta, dia 31, o tal Dia da Poupança. E mais uma vez leio por aí vários e generosos conselhos que me ensinam a poupar. 
Começa pelas lojas, tendo à cabeça os hipers, supers, esses grandes mercados que alegremente insistem que devemos 'poupar' comprando.... muito. Explicam: se comprar 10 objectos vai ganhar imenso porque tem um desconto de metade do preço, 5 saem-lhe de graça! Uau! Mas, deixa cá pensar... só preciso de 2. Vou levar 8 a mais para quê? Porque assim poupo dinheiro, explicam-me. Não acho nada. Eles, sim, ganham mais porque vendem mais e ainda escoam os produtos. Aliás se vendem por metade, mesmo que esse fosse o preço que lhes custava, significa que o lucro habitual era impressionante... Mas a cenoura-na-ponta-do-pau é que o consumidor poupa muito. Nunca apreciei isso, que me deixa a dispensa cheia de coisas que vou levar um tempão a gastar. Mas adiante.
Depois aparecem os conselhos que já enjoam: desligue as luzes, tome duche, use metade do autoclismo, aproveite os restos, use transporte público, faça listas de compras. Banalidades, coisas que nem no tempo das vacas muito gordas eu deixei de fazer, e é uma surpresa que seja aparentemente novidade para quem dá esse tipo de conselhos. Claro que há outros mais actuais, que vão penalizar a restauração - não tomar café na rua, levar o almoço para o trabalho, tomar o pequeno-almoço antes de sair de casa - e aí pode-se poupar alguma coisa, mas não servem para mim que já o fazia.
O que me faz reflectir é como se nota tanto nesta questão de que tipo de economias se fazem, as faixas sócio-económicas. O viver abaixo, muito, muito abaixo dos hábitos de há 20 anos, para algumas pessoas que conheço é viver muito, mesmo muito acima dos meus actuais hábitos, assim como sei que algo que me parece a mim mesquinho de fazer, será normal para quem vive com muito menos do que eu...
Poupar? São tão simpáticos os Continentes e Pingos Doces a ajudar-nos, enquanto o Soares dos Santos e o Belmiro de Azevedo vão recheando o seu porquinho enquanto o nosso está no regime do cavalo do inglês. Até quando?



Cereja

domingo, 26 de outubro de 2014

O preço valor da vida

Há histórias horríveis que lemos por aí e outras ainda mais horríveis e que até custam a aceitar. Como por exemplo se atropele deliberadamente alguém que já está ferido. E se estiver ferido por ter sido momentos antes atropelado? E se a vítima for uma criança? A monstruosidade é de tal envergadura que nos custa acreditar. Claro que a percentagem de existir alguém assim, deve ser remota, uma em menos de um bilião que é a população do país onde o monstro vive - China. 
E talvez me tivesse sentido ainda mais admirada por ter uma ideia confirmada de que os chineses gostam muito de crianças, quem conviveu com eles pode confirmar, portanto aquele acto pavoroso vai até ao arrepio do que é normal naquele povo ou naquela cultura.
Lendo toda a notícia, referem que o culpado estava a fugir a pagar a hospitalização da vítima porque «o país não oferece assistência médica gratuita aos cidadãos» e fazendo as contas de cabeça lá achou que a indemnização em caso de morte era mais barato! Ficaram tão arrepiados como eu?
Como é possível que isto se passe num país que já viveu muito próximo do socialismo...? Hoje em dia uma pessoa (para não falar numa criança!) que adoeça ou tenha um acidente tem de pagar a sua saúde?! Que trambolhões aquela terra tem dado. Anda a conquistar a economia mundial mas trata assim os seus cidadãos. 
Oh que vergonha! 
..............
Isto sim é que é «perder a face» que os orientais tanto temem.



Cereja




9

sábado, 25 de outubro de 2014

Há para aí uns adultos que parecem crianças....


Acabei de ler uma história que me deixou de boca aberta.

A história é ESTA
Ou seja, dividindo isto às postas para ficar mais claro. a) há um menino de 5 anos que brinca ao pé dos pais com o iPad deles. Não tem mal nenhum. Apesar de [cof...cof...] se poder pensar que num mundo onde as multinacionais de brinquedos são o que se sabe, talvez ele devesse brincar com os seus próprios brinquedos que decerto era muitos. b) esse menino de 5 anos instalou um jogo novo demonstrando ter grandes competências, ou essa instalação ser facílima. c)  o novo jogo tem o título interessante de «Zombies vs. Ninjas» porque aos 5 anos já não se acredita em contos de fadas, os zombies são muito mais fixes 
OK. Até aqui se lhes pareceu que eu estava a resmungar, é ainda só o meu mau feitio.
Mas vem agora a parte interessante:
e) E os pais deram-lhe o número!!!
f) A criança esteve a brincar matando uns ninjas ou uns zombies (não sei se os zombies morrem...?) e no dia seguinte os pais tinham menos 2.000 euros na sua conta.
...........

Claro que houve aqui algum abuso porque não se explicou que havia compras-dentro-da-aplicação e parece que a história acabou bem porque o dinheiro foi devolvido. E explicam que o que pode parecer apenas um botão para uma criança pode corresponder ao débito de muitos euros na carteira dos pais.

Mas...!!!

Seja por que motivo for, deixar uma criança a brincar sozinha com um instrumento desses?? E ao pé dos pais quando decerto haveria imensas coisas a fazer com os pais e não com uma máquina! E a leviandade de inserir um código de acesso à conta sem confirmar o que estava a fazer!
Bem, imagino que o susto lhes tenha servido de lição, mas esta é mesmo uma história para fazer pensar, tantos os erros cometidos.
E que tal uns chutos numa bola, ou um cesto de basket  na parede, ou até uma corrida à volta do quarteirão? Afinal até os ninjas têm de treinar, não é?


Cereja


sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Inocência perdida?


Quem tem acompanhado crianças ao longo da vida tem de notar como, inevitavelmente, elas são o espelho da sociedade em que são criadas. Aliás, qualquer um de nós recorda ainda como via o mundo quando tinha 5 anos, mais ou menos. como eram os adultos aos nossos olhos. Que modelos tínhamos e que resposta se dava à velha pergunta o-que-queres-ser-quando-fores-grande.  
Quando eu era criança as respostas eram bastante mais influenciadas pelo género do que hoje em dia, havia mais do que hoje o desejo de menina e o de menino, os rapazes podiam querer ser bombeiros, marinheiros ou aviadores que as fardas enchiam o olho, as raparigas sonhavam ser bailarinas, cantoras, professoras, enfermeiras. E um desejo para os rapazes perdurou até agora - jogador de futebol! Nessa altura era sobretudo o prestígio mas a pouco e pouco associou-se à ideia de que também se ganha muito dinheiro! Nada contra. Anos mais tarde apareceram os astronauta, cantores de bandas, etc, etc. Mas ontem li para aí uma resposta que me deixou completamente de boca aberta. Dizia uma criança em relação ao seu futuro que «quer ir para a faculdade, tirar um curso e chegar a agente das estrelas do futebol.»  Assim. Sic! (fiz copy/past do que estava escrito)

Já não é o sonho que tem sido transversal a algumas gerações de ser "estrela de futebol", não, o que este miúdo diz é que quer ser agente. Valha-me São... Ups! São quê? Que santo me/os pode proteger? Bem, a profissão é honesta, tem uma associação e tudo, mas...

A mim faz-me confusão os brutais lucros que estes senhores conseguem obter. Que um jogador de primeiro plano ganhe balúrdios, é impressionante mas enfim... É um artista, digamos assim, dá prazer a muita gente, faz o que só ele sabe fazer e ainda por cima exerce uma profissão de desgaste rápido que dura um quarto do tempo de qualquer outra. Agora o «agente» não serve para nada a não ser negociar contractos, só ganha principescamente? a vida porque os outros trabalham, um empresário de jogador é um intermediário que pode acumular dezenas de 'clientes' ganhando uma bruta percentagem. 

E esta criança tem como fito na vida ser... agente?! Ir para a faculdade, estudar muito, para ser agente?
De facto o mundo da minha infância não tem nada, mas mesmo nada a ver com o actual.


Cereja

sábado, 18 de outubro de 2014

Um fim-de-semana para esquecer...

Do ponto de vista doméstico, claro!
Mas este meu fim-de-semana apanhou um mau olhado qualquer.
Começou a correr mal já nos últimos dias da semana.
Eu odeio baratas. Já estão lá para trás alguns posts sobre esse tema. Tenho um nojo visceral, uma coisa um tanto inexplicável,  que reconheço ser exagerado, mas não o consigo controlar, é um insecto particularmente repulsivo. E, na minha casa que é antiga e tem condições para as ter, eu tenho a mania de que as consigo expulsar todas! Ora na 5ª e 6ª feira elas começaram a aparecer, mas moribundas. Várias, mas mal se mexiam e acabavam por morrer sem eu quase lhes fazer nada. Começo a fazer deduções e, quase de certeza, o que se passa é que algum dos meus vizinhos também «desbaratou» a casa com algum produto forte e elas vieram-morrer-longe, ou seja vieram morrer na minha casa. Gnag, ca-nojo!
Saí dali depressa mas também porque era fim-de-semana e altura de voltar à minha casa de aldeia abandonada há cerca de um mês. Tinha pedido para me fazerem uma grande limpeza, não exactamente a 'limpeza da primavera' que se fazia na casa dos meus pais, seria antes a 'limpeza de outono', e a senhora que tem a chave daqui costuma ser muito boa nisso, a casa fica sempre limpíssima. E desta vez, estava tudo impecável de facto, simplesmente no afã de limpar o chão da cozinha, devem ter querido tirar o frigorífico do sítio e desligaram-no da tomada!!! Meus amigos, se não passaram por isso não conseguem imaginar.
O congelador que é razoavelmente grande e estava muito cheio só o consegui despejar com um lenço a servir de máscara. E mesmo a parte debaixo, com muito menos produtos, estava preta... Uma hora a despejar e limpar tudo e o cheiro a empestar a casa. Vai ter de ficar aberto com vinagre, bicarbonato de sódio, sei lá que mais a ver se volta a ficar utilizável. 
Vamos lá pensar, que outra coisa poderá correr mal?


Cereja

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Magrura é formosura?

... ou "a parvoíce dos estereótipos"!
Na minha infância não era moda ser-se magro.
De modo nenhum, pelo contrário! A verdade é que a tuberculose era ainda um flagelo, mal comparado era quase a sida desses anos. Era doença contagiosa, muito mortal, e que quase exigia que os seus doentes fossem afastados da sociedade, fossem para sanatórios onde não contagiassem ninguém. E, o modelo do tuberculoso era alguém magro, até muito magro, portanto esse aspecto não era atractivo. Claro que também não seria atractivo quem fosse claramente gordo, portanto o 'modelo' era ter um volume (?) médio. No meio está a virtude...
Quanto às mulheres, o que era sexy era a «ampulheta», cintura fininha, o mais fininha possível, e peito e anca mais volumosos - se possível com a mesma medida, mas sem excessos. Curvas sim, bastantes curvas tal como a Brigitte Bardot ou a Marylin Monroe.  Depois os tempos mudaram muito, o modelo passou a ser a Twiggy, quase andrógina para além de super magra. Essa moda também passou (felizmente!) mas desde aí que o ideal de magreza ficou. Sem aquele exagero, mas... Nunca se falou tanto na forma física, dietas, exercícios, olha-se para o prato avaliando quantas calorias lá estão sendo isso mais importante do que a sua aparência ou se cheira bem. Uma ditadura. E, quanto ao corpo feminino, o modelo já não é a ampulheta: são seios grandes que podem ser moldados por cirurgia plástica, e um rabo firme não já a anca como nesses tempo antigos onde até parecia feio falar-se em rabos. As voltas que o mundo dá....!
Lembrei-me disto por ter lido em sucessão duas notícias tipo fait-divers. Por um lado a referência a uma senhora, que por acaso até é Ministra da Saúde e que é gorda. OK, diz a notícia que aquela obesidade é por doença, e deve ser porque é grande, mas é fantástico isso ser notícia! Essa agora?! A outra história, também interessante, é sobre uma actriz que desfilou em fato de banho não estava tão elegante como os padrões exigiam e sofreu uma série de críticas e enxovalhos. Exactamente. 
Agora para se ser bonito é indispensável ser-se magro. A expressão antiga de «pau de virar tripas» deixou de fazer sentido, nem se se tem pena de quem esteja magro. A gordura não é de todo formosura, até provoca um trejeito enjoado a quem fala, a magrura é que o passou a ser.
Tempos.
E estereótipos. 


Cereja

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Recordações

Deu uma certa celeuma nas redes sociais, a notícia de que Portugal na «conferência de dadores para a reconstrução da faixa de Gaza » tinha oferecido 25 mil euros. Bem, se lermos bem toda a notícia dizem que é uma quantia simbólica. Mas de facto é um pouco confuso porque para símbolo é muito e para oferta real é pouquíssimo. Alguns meus amigos de facebook deixaram comentários trocistas ou irritados, e alguém disse que se não há dinheiro mais valia não dar nada.
É também em parte essa a minha opinião. Símbolo por símbolo, fazia-se como quando se compra uma propriedade por um euro, um valor de facto simbólico.
Este caso de uma esmola demasiado pequena (dizia-se «para pouca saúde mais vale nenhuma» o que é um manifesto exagero parece-me, apesar de tudo falecer é ainda pior...) fez-me voltar aos dias da minha infância mais recuada. Na minha família havia uma frase que se dizia entre sorrisos quando havia excesso de poupança: "para-isto-mais-vale-nada"
Eu nasci e fui educada num ambiente de grandes economias, a generalidade do pós guerra mas mais exagerado em casa dos meus avós paternos. Por outro lado embora houvesse racionamentos, a mesa sempre foi farta, sobretudo para mim que era criança de pouco apetite. Mas havia regras. Rígidas até, como nunca deixar comida no prato, as cascas da fruta eram fininhas, rapava-se a carne toda junto aos ossos só eles ficavam no prato, etc, coisas que eu via os adultos fazer apesar de ser pequenina para fazer sozinha.

Sempre gostei muito de queijo. Muito.  Até mesmo mais do que de doces, que na época também não eram muitos. E o queijo comia-se sempre com pão, e até bastante pão. Um tio-avô dizia-me com voz grossa "Menina, come-se o pão e cheira-se o queijo!" dando a entender que por cada dentada grande na fatia de pão correspondia uma dentadinha muito pequena na fatia de queijo... Não achava muita graça, mas acatava. Mas certa vez ele, que adorava arreliar-me, deu-me uma fatia de pão e um pedacinho minúsculo de queijo, mesmo minúsculo quase nem se via!
Ora acontece que eu tenho um feitio, que já tinha nessa altura, quando o copo transborda perco o controlo, resumindo atirei-lhe com o pedacinho de queijo da provocação enquanto declarava alto e bom som "para isto mais vale nada!". Não consigo recordar se levei uma palmada por ter sido malcriada, pode ter acontecido, mas a história foi contada e os meus pais devem ter achado que eu teria razão, portanto a expressão ficou na minha família porque às vezes mais vale nada...



Cereja


quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Telefones

A televisão tem destas coisas: o ser possível uma «viagem no tempo» com dois clics sem sair do sofá! Quando falo em viagem no tempo não quero dizer um filme ou uma série sobre viagens no tempo é claro, as histórias de ficção científica é coisa de outro departamento, refiro-me a eu própria viajar no tempo.
As operadoras de cabo oferecem desde há uns tempos um serviço simpático: a possibilidade de gravar os programas que não podemos ver em directo, ou por não estarmos em casa ou por estarmos a ver outro programa nessa altura. É muito útil e eu sou uma cliente que o utiliza bastante. Sobretudo em séries de que gosto mais marco a gravação de todos os episódios e fico descansada.
Ora aconteceu que entre essas gravações de séries tenho duas muito contrastantes: «Person of interest» («Sob Suspeita») e «Maigret» baseada nos romances de Simenon. Um contraste enorme, tendo apenas a unir estas séries o meu interesse, a primeira passa-se no (ainda mas já próximo!) futuro e a segunda num passado que até foi vivido por mim. Ainda vou voltar a falar de cada uma delas em particular porque as acho muito interessantes.
Mas o que achei fantástico foi ontem ter visto um episódio de uma logo de seguida a ter visto um da outra. No 'Sob Suspeita', como se sabe, uma pessoa pode comunicar com outra estando cada uma nos locais mais remotos desde que tenha colocado um auricular, dando a impressão de estar a falar 'para o ar' a quem esteja ao seu lado. Comunicação instantânea e em qualquer lado. Tecnologia. No caso do Comissário Maigret que vi de seguida, Maigret et la maisou du juge se não me engano, a pessoa responsável por uma importante investigação (Maigret) precisa de falar para um posto de polícia na província para algo urgentíssimo, liga para a telefonista de serviço pedindo a ligação e ela informa-o de que vai de ter de esperar meia hora! Ele fica furioso, é certo, mas a coisa é verosímil eu sei!!! Parece-me que se passava na década de 50, em França não era em nenhum país subdesenvolvido!
Eu ainda recordo isto. Se o telefonema não era para Lisboa,   quero eu dizer "se não era local", tinha de se pedir a uma telefonista para efectuar a ligação e demorava o seu tempo. E também sei que, se quiser, hoje posso ligar para os antípodas, por exemplo para Macau para dar um exemplo que conheço, enquanto passeio o meu cão.
Alucinante a passagem do tempo, não é?





Cereja


sábado, 4 de outubro de 2014

Religiões

Ouvi ontem, pela hora do almoço na Antena 1, creio que no programa «Portugal em Directo», uma notícia curiosa. (chamo-lhe assim provisoriamente, à falta de um outro termo...) Como estava com um ouvido distraído não prestei atenção se a entrevista era a um reitor de uma universidade, ou um director de uma Escola Superior, mas passava-se no norte interior. E, pela conversa percebia-se que recebia estudantes estrangeiros e essa afluência era importante pelos vistos, de qualquer forma portugueses ou estrangeiros as escolas precisam de alunos para estar abertas.
E, explicava esse responsável, tinha recebido o ano passado muitas queixas de estudantes por falta de ... (?) um local de oração.
Pensei ter ouvido mal.
Não queriam cantinas, bibliotecas, sanitários, isso devia haver com fartura, os jovens queriam era rezar e não tinham onde. Como estamos em Portugal em 2014, esta exigência parecia tresloucada a não ser, deixa cá pensar... alunos estrangeiros... bingo! a não ser que ela que partisse de estudantes islâmicos. As outras confissões religiosas mais conhecidas fazem-no apenas semanalmente, e no caso de uma urgência em contactar a divindade qualquer local serve, pelo que sei.
E, o espanto, é que as pessoas que dirigiam aquela instituição escolar concordaram logo e inventaram um «espaço» como agora se diz, sem símbolos para poder ser usado por todos (quais todos?) e isso já está disponível. Rapidinho.
Não costumo ter a mania da conspiração.
Mas... Que falta fazia numa universidade do interior um «espaço de oração» para islamistas? Quando muita gente começa a ficar seriamente preocupada com o sucesso do recrutamento que os loucos do IS estão a obter em países ocidentais - Inglaterra, Holanda, França, e pelo que se sabe até já foram jovens com passaporte português -  e essa quinta coluna seria (será?) uma força a ter em conta porque muito mais dificilmente detectável, alguém inocentemente abre «salas de oração» que entra pelos olhos a dentro poderem ser focos de difusão desses ideais de hegemonia islâmica.
De facto as coisas da religião dizem-me muito pouco. Fico satisfeita por viver num país onde constitucionalmente a igreja e o estado estão separados. Mas cada vez fico mais preocupada com os exageros que o fanatismo religioso comete, nesta actual idade média. Por favor não se facilite ainda mais! 


Cereja